Internet, intranet, extranet, automatização de tarefas, software, etc
É novidade para muitos no ofício mas existe um organismo chamado World Wide Web Consortium que emite um conjunto de recomendações sobre tudo o que diz respeito à Web, inclusive para o desenvolvimento de páginas. Apesar de serem meras recomendações, grande parte da indústria toma-as por normas.
O World Wide Web Consortium é um organismo formado por centenas de indivíduos e pela maior parte das empresas líderes do mercado informático (Microsoft, Intel, IBM, Sun, Oracle, Apple, e tantas outras). Este consórcio tem por objectivo normalizar as tecnologias envolvidas na Web, de forma a garantir o acesso a toda a gente, independentemente do equipamento utilizado, das limitações físicas de cada indivíduo ou da localização geográfica. O W3C é dirigido por Tim Berners-Lee, que é "só" o inventor da Web!!
Os valores da Web ditam que deve ser acessível a todos, sem excepção. O W3C tem vindo a propor um número considerável de tecnologias para atingir esse fim, das quais as mais notáveis são o XHTML e o CSS. Essas exercem papéis complementares na orgânica de uma página Web; a primeira define a estrutura (marca o que é um título, o que é um paragrafo, o que é uma hiperligação, etc), e a segunda define a apresentação (as cores, o tamanho das letras, o espaçamento entre linhas de texto, etc).
Ao separar estas duas vertentes obtém-se duas grandes vantagens. Por um lado, consegue-se mudar facilmente a apresentação de um determinado documento (basta alterar o CSS); por outro, ao marcar a estrutura, consegue-se atribuir semântica ao conteúdo, algo que é muito importante.
Tomemos um internauta cego como exemplo. Para navegar, usa um leitor de ecrã, que é um programa que recorre a um sintetizador de voz para "ler" o texto que aparece no navegador. Quando uma página leva em conta os aspectos da semântica, o leitor de ecrã é capaz de distinguir um título de um mero texto realçado a negrito; logo tem condições para transmitir isso ao utilizador, permitindo-lhe assimilar o texto mais facilmente.
Os motores de busca consideram mais relevantes as páginas que têm os termos em títulos do que as que os têm em simples parágrafos. É por isso importante que uma página seja semanticamente correcta, marcando o que é um título, parágrafo, etc.
O W3C oferece algumas ferramentas que permitem às pessoas testar se as suas páginas seguem as normas básicas. As que passam nos testes têm direito a ostentar gloriosos "crachás" gentilmente cedidos pelo W3C. Claro que o seu real valor não é estético; apenas comunicam aos visitantes informados que os criadores da página são responsáveis e conscienciosos, e que estão com a Web.
Estas ferramentas no entanto não cobrem todas as normas e recomendações, porque a aderência a algumas delas não pode ser atestada sem intervenção humana. Mesmo assim são uma preciosa ajuda e um incentivo à adopção dessas boas-práticas.
O W3C é um órgão importante na Web e de filantropia admirável. Mas dada a natureza liberal da Internet não tem poder vinculativo. O máximo que pode fazer é "recomendar". Mas, para quem compreende a Web essas recomendações constituem-se em normas. Infelizmente, há muita gente nesta actividade que nem sequer ouviu falar no W3C. Não há profissão sem maus profissionais...
Mas a popularidade do W3C está a aumentar e os seus apoiantes são muitos. Pode demorar, mas graças a esse grupo de pessoas talentosas, a Web não deixará de cumprir todo o seu potencial: conectividade global, acessibilidade para todos – a democracia digital.
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